Religiosidade: Festa do Divino Espírito
Santo, Procissão do Senhor dos Passos,
Festa de Nossa Senhora do Rosário.
Benzeduras e crendices

A religiosidade popular é a forma como o povo entende e vive a sua religiosidade depois que a doutrina religiosa passa pelo filtro do que é necessário e prudente à sua vida e à sua relação com o transcendente. A religião que se vive no litoral catarinense costuma ser caracterizada como uma religiosidade popular, pouca afeita aos dogmas, às missas e ao clero. Chega-se inclusive a compará-la com as vivências dos descendentes de alemães e italianos do interior do estado, consideradas mais ligadas à Roma e ao catolicismo ultramontano. Um olhar desatento poderia achar que esta religiosidade fosse fruto de uma falta de empenho da igreja em doutrinar esta gente. Tornou-se lugar comum dizer que o luso-brasileiro vivia uma religião de cristandade, que não tinha sido alcançada pelas reformas do Concílio de Trento (1545-1563) ainda no início do século XX. Mais uma vez se generaliza a concepção de cultura portuguesa, como se ela fosse homogênea em todos os seus territórios. Os açorianos que vieram para cá já tinham sido alcançados pelas reformas do Concílio de Trento que foram bastante fortes durante os séculos XVII e XVIII. A única manifestação que a Igreja não conseguiu romanizar nos Açores até hoje foi a Festa do Espírito Santo que mantém seu caráter profano bastante acentuado.

O culto ao Divino Espírito Santo

O culto ao Divino Espírito Santo é marca indelével da cultura açoriana. Onde há açoriano, há festa do Divino. Até hoje nos Açores é a maior festa popular. A Segunda feira do Espírito Santo é feriado em toda a Região Autônoma dos Açores, sendo chamado de Dia da Autonomia. Apesar de as festividades terem iniciado no continente português, lá praticamente desapareceram. Em contrapartida no Arquipélago e na diáspora açoriana é cada vez mais forte. Somente na Califórnia (EUA) há mais de 100 festas do Espírito Santo. No Canadá também e em todas as comunidades de migrantes açorianos. 

Florianópolis é o município do Sul do Brasil onde ocorrem mais festas do Divino. Trata-se de uma manifestação tão forte que não há nenhuma  comunidade que tenha deixado de fazê-la. Ao contrário, cada vez mais comunidades vão passando a realizá-la. Há comunidades em que a festa surgiu ainda no século XVIII, como é o caso do centro da cidade, Santo Antônio de Lisboa, Lagoa da Conceição e Ribeirão da Ilha. Há festas surgidas no século XIX: Rio Vermelho, Canasvieiras e Trindade. Outras surgiram ao longo do século XX: Campeche (1954), Estreito (1955), Pântano do Sul (1962), Saco Grande (1973) e Cachoeira do Rio Tavares (1995). Mas na Barra da Lagoa e na Prainha ela iniciou já no século XXI, em 2001 e 2005 respectivamente. Isto é um sinal de que a festa do Divino alcança cada vez mais comunidades. É importante lembrar que cada uma dessas festas alcança, através da bandeira peditória, as suas comunidades vizinhas, integrando, dessa forma, quase todas as comunidades florianopolitanas.

A Festa do Divino é muito mais que uma tradição religiosa, ela é uma manifestação cultural e folclórica dos habitantes da capital de Santa Catarina.

Os festejos ocorreram por ocasião de Pentecostes, cinquenta dias depois da Páscoa. No entanto, hoje ocorreram festas até o mês de setembro. O ciclo inicia com a saída da Bandeira, do Cetro e da Coroa pelas comunidades vizinhas à Igreja que as conservam. As pessoas costumam chamar o peditório de “tirar com o Santo”. A Bandeira que corre a freguesia é a bandeira pobre, com poucos enfeites, várias fitas coloridas, doadas pelos fiéis quando de sua visita,  presas no alto do mastro. Encimando o mastro fica a pomba branca de asas fechadas. A pomba de asas abertas só é usada nos dias da festa.

Geralmente uma moça carrega a bandeira, um irmão do Espírito Santo vestido de opa vermelha carrega a coroa sobre a salva e uma criança carrega o cetro.

A chegada do séquito é anunciada pelo som cadenciado do tambor, as pessoas dizem “lá vem o Santo”.

De primeiro, o séquito era acompanhado pela Folia do Divino. Hoje as folias, na maioria das comunidades, só costumam se apresentar em ocasiões especiais.

A folia do Divino é um grupo de músicos composto por rabeca, viola e pandeiro. De modo geral, trata-se do mesmo grupo que por ocasião do Natal canta o Terno de Reis. Os cantores são o  repentista, a tripa e o baixão. O repentista é um verdadeiro mestre de cerimônias, que através do versos, saúda as pessoas, fala do Espírito Santo e ordena o que cada um do cortejo deve fazer.

Voltemos a peditório. Ao chegar à casa, se a porta for aberta, o grupo entra. A coroa é colocada sobre a mesa, as pessoas da casa beijam a bandeira ou a pombinha e a dona da casa costuma levar a bandeira para percorrer a casa. Muitos se enrolam na bandeira, cobrem os doentes e as crianças, alguns se emocionam. Pode-se rezar ou simplesmente fazer o sinal da cruz. Algumas pessoas aproveitam esse momento para colocar mais uma fita na bandeira, fruto de graça alcançada. Por fim, o dono da casa coloca uma oferta na coroa e ela segue em frente. Essa oferta pode ser dinheiro, ovo ou trigo. Pode ser qualquer produto que possa servir para arrecadar recursos para a festa.

À noite, na casa onde a bandeira foi acolhida, acontece uma novena. Na maioria das comunidades a novena do Espírito Santo é constituída de cantos ao Espírito Santo, Gloria Patri (em latim) e ladainha de Nossa Senhora em latim. Após a novena pode ocorrer leilão de prendas doadas pelos mordomos nominados na novena anterior. É costume também que o dono da casa ofereça uma sopa, café ou algum alimento aos participantes da novena. A bandeira só retorna para a igreja na semana da Festa.

A festa é constituída basicamente pelo desfile do cortejo imperial que é buscado na casa do festeiro pelo padre, irmandade e banda de música. O cortejo originalmente era composto por um casal de crianças representado o rei Dom Dinis e a rainha Santa Isabel. Com o passar do tempo o cortejo foi crescendo e hoje representa uma corte inteira. As roupas também passaram a ser cada vez mais pomposas, parecidas com fantasias de carnaval. Durante a missa de domingo de manhã, o padre coroa o menino rei, que depois segue até o Império com a coroa na cabeça. Depois do desfile do cortejo, as pessoas podem se aproximar para beijar as alfaias sagradas e cumprimentar as crianças do cortejo no Império do Espírito Santo. 

Durante a festa as pessoas costumam pagar promessas geralmente feitas de massa sovada em forma de mão, braço, perna, seio, corpo inteiro, vaca, cabra etc. O feitio da massa é conforme o membro curado. A escolha do imperador é feita de várias formas, há comunidades que fazem sorteio, outras em que a irmandade escolhe secretamente.

 

O terno de reis

O terno de reis é uma cantoria que costuma sair às ruas por ocasião do Natal (véspera de natal, 24 de dezembro) até o dia de Nossa Senhora dos Navegantes (2 de fevereiro). Em outras regiões do Brasil é chamado de Folia de Reis ou Reisado. Chama-se terno por que três eram os Reis magos (Gaspar, Belchior e Baltazar), três foram os presentes dados ao Menino Jesus (ouro, incenso e mirra), três são as partes do auto (chegada, anúncio e despedida).  Três também são os cantadores: o repentista, que tira versos de improviso, o baixão (que faz a segunda voz e a tripa (voz fina, de falsete). Geralmente são também três os instrumentos: viola, rebeca e pandeiro. Muitos grupos também usam acordeon. 

O terno de reis costuma sair na noite de véspera do dia a ser comemorado: 24 de dezembro (Natal), Ano Novo (31 de dezembro), 5 de janeiro (Reis), 14 de janeiro (Santo Amaro), 19 (São Sebastião) e Nossa Senhora dos Navegantes (1 de fevereiro).

O grupo sai pelas ruas, de casa em casa, e as pessoas vão se juntando ao séquito. Ao chegar à porta da casa iniciam a cantoria para acordar os moradores. Se a porta não é aberta, canta-se um verso de agradecimento e segue-se adiante. O ritual requer que primeiro se acenda a luz, depois abra-se a porta. Quando então o verso pode dizer: “Porta aberta, luz acesa, é sinal de alegria, viemos em nome de Deus e da Virgem Maria”. Os versos são improvisados pelo repentista e o refrão e a própria música costumam variar conforme o grupo. Depois que grupo entra na casa e faz as saudações cantadas, os donos da casa costumam oferecer bebida e comida. De primeiro, se oferecia consertada (bebida feita à base de café, aguardente de cana, cravo, canela outros condimentos). Hoje se oferece bebidas alcóolicas em geral. Geralmente acontece um baile que pode se alongar conforme a empolgação do dono da casa e a quantidade de bebida disponível. As visitas vão se sucedendo, geralmente, até o romper do dia.

Senhor dos Passos

A principal festa religiosa de Florianópolis é a de Nosso Senhor Jesus dos Passos. A imagem foi esculpida na Bahia por Francisco das Chagas, o “Cabra” e, segundo a lenda, destinava-se a Rio Grande (RS). No entanto, o navio teve que fazer uma escala em Desterro por causa de uma tempestade. Por três vezes tentou sair à barra mas não conseguiu. Somente quando a imagem foi colocada na capela do Menino Deus o navio conseguiu seguir viagem. E dessa forma, se acredita que  a imagem, chegada em Desterro em 1764, escolheu ficar para cuidar da ilha e dos seus habitantes. 

A festa acontece no Sábado e Domingo de Passos, duas semanas antes da Páscoa.

Na Sexta-feira anterior é feita a lavação da imagem por duas crianças inocentes (menores de 7 anos). Elas passam pano embebido em água nos pés, mãos e rosto da imagem. Esta água é depois distribuída entre os fiéis, que acreditam em seu poder milagroso. 

A primeira procissão é a Procissão da Mudança, que acontece no Sábado de manhã. Geralmente, são as pessoas mais pobres que a realizam quando levam da Capela do Menino Deus do Hospital de Caridade para a Catedral Metropolitana as alfaias do Santo, composta por bancos, estações da via-sacra, mesas, castiçais, escada da Verônica e púlpito do sermão do encontro. Franklin Cascaes retratou magnificamente em cerâmica esta procissão composta em sua quase totalidade por pessoas negras.

No Sábado à noite, pelas vinte horas, a imagem do Senhor dos Passos é transladada dentro de um dossel fechado. A irmandade e o povo seguem em silêncio, sem acompanhamento musical, apenas iluminados pelas tochas e velas. Apenas os sinos tocam a música que o povo costuma identificar como “Vem cá, já vou”. Pelas 21horas e 30 minutos desce a imagem da mãe, a Senhora das Dores, geralmente acompanhada pelas  mulheres. Ao longo da noite os fiéis vão passando em frente à imagem encerrada no dossel.

No Domingo pelas 15 horas a procissão do Senhor dos Passos sai, acompanhada pelo arcebispo sob o pálio, que é carregado pelas mais altas autoridades do Estado. A irmandade abre a procissão que neste momento carrega os guiões, estandartes e toda a pompa que fora trazida para a catedral no Sábado de manhã. Uma banda filarmônica acompanha a procissão que vai passando sobre belos tapetes confeccionados com flores, serragem e areia colorida. Ela segue pela rua Tenente Silveira, Deodoro, Largo da Alfândega e Praça XV de Novembro. A procissão de Nossa Senhora das Dores sai pela Rua Arcipreste Paiva e desce pela Rua Padre Miguelinho. No largo, diante da Catedral, dá-se o encontro das imagens e acontece o Sermão do Encontro, que sempre conta a presença de pregador convidado. A praça fica tomada por uma multidão que depois acompanha as imagens em seu retorno à colina da Boa Vista pela estreita Rua Tiradentes, Bulcão Viana e Menino Deus. Ao pé da colina do Hospital, a imagem do Senhor dos Passos dá uma volta de 360 graus, se despede da multidão e sobe apressadamente o morro para tornar a descer no próximo ano, como faz desde 1766.

A procissão do Senhor dos Passos de Florianópolis foi reconhecida como patrimônio cultural imaterial de Florianópolis, Santa Catarina e do Brasil.

Festa de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito dos Homens Pretos

No alto da atual Rua Trajano, que parte deste largo da Alfândega, está a igreja de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito que abriga a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito dos Homens Pretos, fundada em 1750. Além dessa irmandade, havia também a Irmandade de Nossa Senhora do Parto dos Irmãos Crioulos, fundada em 1833, na Igreja de Nossa Senhora do Parto na Rua Conselheiro Mafra. A população de origem africana durante os séculos XVIII e XIX oscilava entre 20 e 25% da população da Ilha de Santa Catarina. Essas irmandades dedicavam-se à alforria de escravizados e à assistência aos desvalidos. De origem africana. Entre as muitas contribuições culturais e religiosas está a Festa de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito. 

Benzeduras e orações

A religiosidade popular da Ilha de Santa Catarina inclui uma gama variada de manifestações de magia. No imaginário ilhéu, o sobrenatural se confunde o terreno, as potestades intercedem a todo instante na vida dos homens. As benzeduras curam os males que os médicos não dão jeito. Há também um extenso repertório de orações de proteção.

O Objetivo das benzeduras é, sobretudo, curar doenças e afastar os males.

Há benzedura para quase tudo; dor de dente, espinhela caída, nervo torto, carne quebrada, osso rendido, veia acavalada, mau-olhado, quebranto, sol na cabeça, sapinho, espinha na garganta, íngua etc.

Há também orações para as mais diversas situações. Há oração para ser feliz, para ter bom parto, para dormir bem, para “abrandar o gênio”, para os cabelos crescerem. Há também as orações de proteção: contra cobra, contra cachorro, para abrandar trovoada:

“Santa Bárbara se vestiu e seu calçou, seu cajado ela tomou, seu caminho caminhou, Jesus Cristo encontrou, Ele lhe perguntou: virgem Bárbara, onde vais? São essas trovoadas, Senhor, espalha bem prá lá, pras bandas do Merim, onde não haja pão, nem beira, nos ramos da figueira, para sempre. Amém.

Aliás, quando alguém se arruma e não sai de casa, costuma-se dizer “a Santa Bárbara se vestiu e seu calçou e não saiu”.

Um outro costume bastante difundido era carregar orações escritas consigo, guardada no brebe (breve), saquinhos de pano com poucos centímetros. Era uma espécie de escapulário, que não poderia ser tirado do corpo para nada, nem para tomar banho nem para dormir. Por exemplo, quem tivesse um brebe com oração contra cobra nunca seria mordido, mas em compensação não poderia matar um cobra porque senão a oração perderia o efeito. Estes pequenos sacos também serviam para colocar os mais diversos amuletos (dentes de animais, figuras de santos, dentes de alho e raízes aromáticas).

Crendices e Superstições

Do mesmo modo que se protegia com suas benzeduras, orações, brebes e amuletos, o ilhéu tradicional possui todo um universo de crenças que o faz se sentir permanentemente ameaçado. A maior e mais temida das ameaças é o “Mau-olhado”, que acarreta toda sorte de malefícios – dificuldades financeiras, problemas de saúde, contrariedades afetivas. Mas contra eles há os brebes e as orações para conjurar o “Mau-olhado”.

A doença típica causada pelo “Mau-olhado” é o “Quebranto”, quadro clínico caracterizado por um estado meio mórbido da pessoa atingida, perda da vivacidade, muito abrir de boca e olhos lacrimejantes. Aliás, quando alguém boceja muito, se diz “está com mau olhado”.

 

Oração para tirar quebranto:

“Te benzo, fulano (nome da pessoa), em nome de Deus, da Virgem Maria e das três pessoas da Santíssima Trindade. Se tens quebranto, inveja, mau olhado, de bem   querer ou de raiva, atrasação, atrapalhação, maldição, falta de apetite, se não dormes hás de dormir, se não sossegas hás de sossegar, mau olhado no teu sorrir, no teu falar, no teu cantar, no teu caminhar, na tua formosura, na tua vida, na tua família, no teu comer, no teu vestir, no teu calçar. Com dois te botaram, com três eu te tiro, em nome de Deus, da Virgem Maria e do Divino Espírito Santo. Eu é que te benzo, Deus é quem te cura, que vá tudo para as ondas do mar sagrado, onde não viva um batizado. 1 pai-nosso, 3 aves maria e 1 glória ao pai.”

Para o ilhéu também traz doença o ato da criança de brincar com a própria sombra, a entrada em casa de um cão desconhecido. Criança que deixa o chinelo virado ou anda de costas, o pai morre, se o infrator for um menino, ou a mãe, se for menina. Se apontar para as estrelas nascem verrugas no dedo. Sonhar com canoa ou dente significa morte de conhecido.

Cobras, mariposas, borboletas pretas e morcegos são bichos peçonhentos que representam mau agouro porque não foram criados por Deus, mas pelo Diabo. Já o canto do grilo é relativo, se canta no quarto anuncia doença e morte, se canta na cozinha anuncia casamento.

Deve-se tomar cuidado ao cozinhar leite, pois se o leite derramar racha o úbere da vaca. Quem mata um gato ou quebra um espelho tem sete anos de azar. A moça que pisar sobre o rabo de um gato nunca casará. Também não casa quem tem os pés varridos. Quando um galo canta fora de hora anuncia que alguma rapariga da redondeza foi “roubada” (fugiu com o namorado).

Há muita crendice acerca de pescaria. Jamais se pode falar de galinha, padre e banana no mar. Se uma mulher menstruada passa por cima de uma rede ou tarrafa ela a torna imprestável para a pesca.

Quem bebe água no escuro, divide o copo com o Diabo. Praga de mãe a madrinha pode tirar, mas praga de madrinha nem a mãe tira. Por isso, é preciso muito cuidado na escolha da madrinha de batismo.

Quem tem  todos os filhos do mesmo sexo em sequência e quer ter do outro sexo deve colocar o nome do que nasce de Bento. Dessa forma nasce uma menina na próxima. Se colocar Benta, nasce um menino depois.

Certos dias do ano são azarentos. Por exemplo, as primeiras segundas-feiras de abril, agosto e novembro, quando respectivamente Sodoma foi consumida pelo fogo. Caim matou Abel e nasceu Judas Iscariotes. Quem fica doente nesses dias, morre ou então, “passa muito trabalho na vida”. Também não se deve, nesses dias, vender, viajar, comprar, nem construir nada.

Também não é bom irmãos se casarem no mesmo dia, pois um tira a felicidade do outro.

Agosto é o mês de cachorro azedo (cachorro louco). No dia dez de agosto (dia de São Lourenço) o Diabo sai para o mar, no dia 24 (dia de São Bartolomeu), São Bartolomeu o prende. Nestes quinze dias o Diabo faz estrepolias no mar. É época de tempo ruim, por isso deve-se evitar ir para o mar.

Quando uma pessoa morre, toda sua roupa deve ser doada para uma única pessoa que se pareça com ela. Na missa de sétimo dia ela se veste com as roupas do falecido e vai à missa representando o morto. A isso se chama “coberta d’alma”.

São infindáveis as crendices e superstições elas cumprem um papel determinado na vida comunitária, ditando, através de prescrições, normas de conduta e regras de comportamento.

MAR


TERRA


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